
No contexto, o aluno aprende inúmeras técnicas redacionais presentes nas melhores redações dos vestibulares mais concorridos do país, com destaque para a FUVEST, UNICAMP, PUCCAMP E ENEM.
A partir do estudo e da análise das técnicas, o aluno aprende a redigir de acordo com o padrão esperado pela banca corretora e entende os critérios usados na pontuação de um texto exemplar.
Veja, abaixo, uma breve demonstração de técnicas aprendidas durante o curso.
Introdução
A introdução mostra ao leitor:
- o assunto – sempre amplo e representado por uma palavra a ser definida.
- o tema – sempre específico e representado por um período delimitado.
- a contextualização dos problemas – podem ser sociais, polêmicos e filosóficos.
- e, facultativamente, a tese do redator – é a resposta pessoal à pergunta temática.
Confira três exemplos de introdução: prólogo, definição e contradição.
Manuel Antônio de Almeida soube como ninguém discorrer sobre a gênese do povo brasileiro. Seu personagem Leonardo, da obra Memórias de um Sargento de Milícias, representa um herói malandro, interesseiro. Traços recorrentes nos governantes nacionais.
Discriminar significa diferenciar, distinguir, separar. A forma mais comum, embora incompreensível, de discriminação, é a racial, que defende uma infundada superioridade dos brancos sobre os negros. Apesar da igualdade legal proposta pelo Estatuto, o cotidiano do país ainda revela intensa discriminação étnica.
A polícia brasileira representa uma instituição correta e zelosa de seu dever. Auxilia o cidadão de maneira espontânea e gentil. Certo? Não, errado. Na realidade, a polícia local encontra-se infestada por maus elementos que não apenas são omissos em suas funções: eles roubam, constrangem, exigem propinas, atrapalham investigações sérias e, não raro, integram milícias de extermínio. Um acinte à moralidade.
Argumentação
Os argumentos provam ou refutam teses a partir de exemplos, fatos, causas, alegorias e inúmeras outras técnicas de construção e representação. Confira quatro exemplos de técnicas argumentativas.
Gradação etária:
Crianças enfrentam um ambiente de intrigas e ofensas na pré-escola. Jovens lidam com assédios e agressões típicos do bullying. Adultos convivem com a violência doméstica. Idosos encaram o triste abandono família. Enfim, em todas as fases da vida, o homem enfrenta ações violentas.
Exemplificação:
A violência revela-se um fato comum. Por exemplo, os assaltos observados em semáforos. Um caso notável é o de conflitos pelos pontos de venda de drogas em favelas cariocas. No Morro do Alemão, na D. Marta, na Rocinha, balas perdidas e chacinas configuram banalidades.
Dedução:
Na colonização, a violência destaca-se nas relações entre o europeu e o indígena. Escravização, estupro, sevícia e genocídio são comumente relatados. Um legado indelével na história nacional.
Indução:
As novelas recorrem à vilania psicótica para explorar o maniqueísmo tão grato aos fãs de folhetins. O cinema usa a morte como elemento vital para atrair o grande público. Até os desenhos animados veiculados pela manhã abusam de brigas, personagens armados, torturas. A arte, enfim, presta culto à violência.
Conclusão
Na conclusão de um texto, é possível identificar os seguintes elementos:
- Síntese da discussão: resumir o primeiro parágrafo.
- Perspectiva de solução para o problema social: apresentar proposições objetivas e plausíveis para a solução.
- Tomada de posição quanto ao problema polêmico: explicitar a tese e as medidas adequadas para sua efetivação, sobretudo quando o tema é uma pergunta.
- Reflexão sobre o problema filosófico: refletir sobre o problema e o tema, levando o leitor à reflexão.
- Interrogação: optar pela interrogação retórica, irônica ou questionadora. Não é um procedimento proibido, mas deve ser usado com cuidado.
Confira duas hipóteses para a conclusão de um texto:
Ao longo da história, o povo indígena sofreu impactos culturais que jamais serão recompensados. O respeito à cultura pátria é essencial para que as futuras gerações tenham conhecimento de sua origem. Mamelucos, cafuzos ou mulatos - formamos um país cuja miscigenação é um fator diferencial. Somos todos filhos de Iracema e Martim. Somos todos filhos da dor de um povo cuja proliferação um dia atravessou os limites de um mero anagrama.
A solidariedade, portanto, revela o que há de mais elevado na sociedade: a percepção do outro e a ação efetiva de ajuda ao próximo. Cabe a cada cidadão engajar-se na luta pela erradicação das diferenças sociais, e à sociedade compete o estímulo para tal ação, fomentando ONGs e eventos solidários. O governo também é partícipe: deve conferir incentivos fiscais a empresas comprometidas com o próximo. Dessa forma, a ação conjunta facilita a expressão da alteridade humana, tornando suas sociedades mais coesas, menos desiguais.
Estruturas redacionais ortodoxas
Durante o curso, o aluno aprende 20 estruturas redacionais. Confira dois exemplos.
Exemplo 1 - dissertação das provas:
Lição valiosa
Segundo Monteiro Lobato, um país se faz de homens e livros. No Brasil, entretanto, há uma carência dos dois ingredientes quando se pensa na educação nacional: professores em greve, alunos desmotivados, material didático com erros conceituais grosseiros. Logo, investir na recuperação do ensino é vital para o crescimento pátrio.
Uma prova irrefutável de que a educação brasileira não se revela eficiente pode ser extraída dos exames de avaliação. Por exemplo, a Prova Brasil (aplicada a alunos de nono ano) revela que até 70% deles não apresentam conhecimentos adequados para sua série. Além desse mecanismo, o Exame Nacional do Ensino Médio também prova deficiências dos estudantes: as médias são baixas e discrepantes quando se comparam as realidades da rede privada às da pública.
Assim como os exames de avaliação dos alunos, a qualidade e a motivação docente também se mostram preocupantes. Por certo, professores desqualificados não podem ensinar o que não aprenderam, e concursos para a efetivação dos quadros escolares não preenchem as vagas existentes, sendo comuns os profissionais eventuais. Ademais, os poucos mestres competentes mal escondem a insatisfação salarial em sala de aula. Enfim, as greves e o clima carregado deterioram ainda mais o lamentável quadro.
Todo aparato escolar nacional mostra-se ineficiente. De início, o material didático constitui uma afronta ao saber: repleto de erros conceituais e armadilhas morais, contendo até links de acesso a material pornográfico. Em seguida, as metodologias são ineficientes e marcadas pela burocracia, pela falta de planejamento e de continuidade. Por fim, o governo investe parcos recursos, sendo gritantes as diferenças de aplicação nas três esferas: fundamental, média e superior. Gasta-se muito no topo, faltam verbas no início da construção do conhecimento.
Portanto, o país pode e deve rever suas políticas educacionais. Cabe ao governo, por meio do ministério da educação, remunerar e capacitar os docentes de modo apropriado. A sociedade não pode ser omissa: precisa exigir boa formação escolar para seus membros, atuando como parceira das escolas. Todo cidadão deve almejar o país de Monteiro Lobato, abrir os livros e abandonar a ignorância desejada. Aprendamos a lição para não repetirmos o descaso histórico de nosso país com a educação.